Na véspera da operação, Bacellar avisou TH Joias por telefone e o orientou a destruir provas
Na véspera da operação, Bacellar avisou TH Joias por telefone e o orientou a destruir provas O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj)...
Na véspera da operação, Bacellar avisou TH Joias por telefone e o orientou a destruir provas O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil) avisou TH Joias por telefone, na tarde anterior à ação que prendeu o deputado estadual, sobre a operação. Além disso, Bacellar teria orientado TH Joias a destruir provas. ➡️ Bacellar foi preso nesta quarta-feira (3) pela Polícia Federal (PF) na Operação Unha e Carne. Segundo a PF, Bacellar é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro, em que o então deputado estadual TH Joias foi preso. Depois de receber o aviso, TH Joias fez uma limpa em casa e chegou a organizar uma mudança para eliminar as provas que mantinha na residência, utilizando até um caminhão-baú. TH Joias usou um caminhão-baú para tirar móveis de sua casa antes de operação policial, diz PF. Reprodução O deputado apagou o conteúdo do celular e passou a usar um aparelho novo. Nesse dispositivo, enviou uma filmagem ao presidente da Alerj perguntando se poderia deixar alguns objetos, como um freezer. Bacellar respondeu: “Deixa isso, tá doido? Larga isso aí, seu doido”. TH Joias estava preocupado com peças de carne que estavam no eletrodoméstico. "Ô presida! Não tem como levar não, irmão. Pô, como é que leva?! Tem como levar não, irmão. Esses filhas das putas vão roubar as carnes, hein", disse TH a Bacellar. Essas informações foram obtidas pela PF no celular recém-adquirido por TH Joias, que não apagou as mensagens. A Polícia Federal ainda investiga quem teria repassado as informações sigilosas a Bacellar. Até a última atualização deste post, nem a Alerj nem a defesa de Bacellar tinham se manifestado sobre a prisão desta quarta-feira. TH Joias e Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj Divulgação Relembre a prisão de TH Joias Thiego Raimundo dos Santos Silva, o TH Joias, foi preso no dia 3 de setembro por tráfico de drogas, corrupção e lavagem de dinheiro, suspeito de negociar armas e acessórios para o Comando Vermelho (CV). TH Joias foi alvo de duas operações simultâneas, de investigações convergentes. Uma cumpriu mandados expedidos pela Tribunal Regional Federal; outra, pelo Tribunal de Justiça do RJ. A PF diz ter identificado “um esquema de corrupção envolvendo a liderança da facção no Complexo do Alemão e agentes políticos e públicos”. Para o MPRJ, TH utilizou o mandato para favorecer o Comando Vermelho, inclusive nomeando comparsas para cargos na Alerj. Pela Operação Zargun — cujo suposto vazamento levou à operação desta quarta-feira —, a PF saiu para cumprir 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, além do sequestro de bens no total de R$ 40 milhões, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). A investigação foi da Delegacia de Repressão à Entorpecentes (DRE), da PF, e do Ministério Público Federal. Investigações identificaram um esquema de corrupção envolvendo TH, chefes do CV e outros agentes públicos, incluindo um delegado da PF, policiais militares e ex-secretários. “A organização infiltrava-se na administração pública para garantir impunidade e acesso a informações sigilosas, além de importar armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais”, afirmou a PF. Os alvos respondem por organização criminosa, tráfico internacional de armas e drogas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. Já pela Operação Bandeirante, a Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou TH e outras 4 pessoas pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e comércio ilegal de armas de fogo de uso restrito. De acordo com a denúncia, os acusados mantinham vínculos estáveis com o Comando Vermelho, atuando nos complexos da Maré e do Alemão e em Parada de Lucas. O grupo é acusado de intermediar a compra e venda de drogas, armas e equipamentos antidrones usados para dificultar operações policiais nos territórios ocupados pela organização, além de movimentar grandes somas em espécie para financiar as atividades da facção A ação penal proposta pelo procurador-geral de Justiça do RJ, Antonio José Campos Moreira, obteve, junto ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), 4 mandados de prisão e 5 de busca e apreensão, cumpridos em endereços na Barra da Tijuca, Freguesia e Copacabana.